Venho falando, artigo após artigo, sobre os erros comuns cometidos pelos médicos, alguns propositais e outros não!

Porém, existem erros que são muito mais comuns, geralmente doenças de pouquíssima gravidade, que são diagnosticadas erroneamente em pessoas saudáveis ou que possuem outra doença completamente diferente daquela diagnosticada. Apesar de serem doenças de pouca gravidade, acabam levando a tratamentos desnecessários, esses sim, podendo causar problemas mais sérios e comprometer gravemente a saúde, de forma definitiva!

Devido a fatores relacionados a:

    – Exames imprecisos;

    – Médicos maliciosos, incompetentes ou, em muitos casos, os dois;

    – Falta de preparo e orientação ao paciente pelos órgãos do governo;

   – Interesses escusos da indústria farmacêutica, empresas de exames laboratoriais e de diagnóstico por imagem…

Existem doenças de diagnóstico equivocado ou inútil, e que geram milhões e milhões em dinheiro!

Nos próximos artigos, citarei as verdadeiras campeãs, nas mais variadas especialidades da medicina, pela frequência com que são diagnosticas e sem que nunca tenham sequer existido!

Como eu posso saber tudo isso?

Simples, estudo muito sobre o assunto e trabalho há quinze anos na área médica! Além do mais, há oito anos trabalho exclusivamente com diagnóstico por imagem e atendo solicitações de médicos de praticamente todas as especialidades, com uma noção muito boa do que se anda diagnosticando por aí!

Primeiro falaremos de pediatria e, nesse caso, vamos dividir em duas fases da vida da criança:

A primeira fase ocorre até o primeiro ano de vida. Nessa fase, a doença de diagnóstico mais errado é, sem sombra de dúvida, a infecção urinária!

Um conjunto de fatores facilitam esse equívoco:


– Primeiro fator: Segundo livros de pediatria e o protocolo da própria sociedade brasileira de pediatria (visite o site: www.sbp.com.br), contaminações são muito comuns em exames de urina de bebês, chegando ao ponto de, para se obter um resultado 100% confiável, seria necessário colher a urina com sonda (após uma limpeza rigorosa da área) ou através de punção suprapúbica (colocar uma agulha na bexiga do bebê e extrair a urina). O uso dos “saquinhos” ou similares é desaconselhável e perigoso.

– Segundo fator: bebês não falam, porém choram para: pedir comida, reclamar de sono, frio, calor ou simplesmente chamar a atenção! Se o pai e/ou a mãe enfiarem na cabeça que aquele choro é devido ao fato de estar ardendo para fazer xixi (e não da sensação de desconforto, por exemplo, de um bebê que está molhado), ninguém tira essa ideia da cabeça deles!

– Terceiro fator: bebês costumam ter febre com muita frequência, geralmente baixa ou moderada e sem maiores consequências! As causa mais comuns de febre nos bebês são: reações a vacinas, infecções virais (ainda sem tratamento na medicina, mas extremamente comuns em bebês) e infeções bacterianas (muito mais raras).

Porém, se um pai ou mãe levam seu filho a uma emergência de hospital com febre, não aceitam sair de lá sem um diagnóstico definitivo! O problema é que na imensa maioria das vezes, esse diagnóstico não pode ser feito, por exame nenhum do mundo!

Os pediatras ou clínicos de plantão nos hospitais e clínicas particulares (cansados depois de uma jornada de trabalho exaustiva e se achando injustiçados por estarem atendendo em uma emergência, casos que teoricamente deveriam ser tratados em consultório!) tendem a querer se livrar do paciente o mais rápido possível, porém ele sabe que qualquer exame que for pedir será normal, exceto: hemograma, que se altera com qualquer infecçãozinha viral boba e exame de urina, que quase sempre indica existência de infecção de urina quando é mal colhido (é quase impossível diferenciar, olhando apenas o resultado, um exame mal colhido de um exame com infecção).

Ora, são justamente esses dois exames que o pediatra de plantão pede rapidinho e resolve a vida de seu doente: Em poucos minutos o bebê sai do consultório com uma receita de antibiótico, um pedido de ultrassonografia dos rins, um diagnóstico de infecção de urina e dois pais totalmente satisfeitos!

Nesse caso, todos saem felizes: os pais, o médico, a clínica de ultrassonografia e a fabricante do antibiótico…

Esse antibiótico certamente causará estrago na saúde desse bebê, que vai desde resistência bacteriana, até alterações nos dentes e ossos! Se o bebê conseguir superar o efeito devastador desse remédio em seu organismo, sorte dele e mérito do pediatra! Caso contrário, ele volta para a emergência…
Mas aí já é outra história…

Dr. Renato Paula da Silva.

(Médico com mais de 15 anos de experiência na área)

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