Quem tem mais de 30 ou 40 anos talvez se lembre dos médicos de antigamente, pessoas de respeito e caráter inabalável, que tinham como armas apenas a boa vontade e no máximo um estetoscópio e um tensiômetro, mas acertavam muito mais os seus diagnósticos que os médicos de hoje, que são armados das mais incríveis ferramentas tecnológicas!
Vamos aos fatos: Antigamente a medicina se baseava em duas coisas fundamentais, chamadas anamnese e exame físico. A anamnese consistia na conversa com o paciente, não um simples bate-papo informal, mas uma conversa direcionada, que indagava sobra a história de vida daquela pessoa, doenças pregressas e sintomas relacionados com a queixa atual. O exame físico, sempre completo, incluía uma boa olhada no paciente como um todo, do fio de cabelo, às pontas dos pés. A partir desses dados o médico já construía sua hipótese diagnóstica, e para confirma-la solicitava, ou não, os chamados “exames complementares” (exames de sangue, raio X, ultrassonografia, tomografia, etc…), mas apenas o mínimo necessário para ajuda-lo a confirmar a sua suspeita.
Mas como acontece hoje?
A anamnese e o exame físico desapareceram por completo, e para compensa-los, surgiram centenas de “exames complementares”! Os ditos “exames complementares” foram criados com o propósito de ajudar o médico com sua suspeita, após o mesmo ter realizado a anamnese e o exame físico, sem esses dois primeiros, qualquer exame complementar (Seja a mais avançada tomografia ou ressonância na melhor clínica do país ou seja um simples exame de sangue) se torna extremamente falho, isso ocorre devido às grande possibilidade de falso positivo que esses exames passam a apresentar nessas situações.
Mas o que é “falso positivo” ?
Qualquer pessoa já ouviu sobre exames que deixaram de ver uma doença existente, esse é o falso negativo!
Falso positivo, ao contrário, é quando um exame vê uma doença que não existe, ou seja, “inventa” uma doença! As pessoas comuns não têm ideia de como resultados falsos são comuns em nosso dia a dia.
Falso positivo, ao contrário, é quando um exame vê uma doença que não existe, ou seja, “inventa” uma doença! As pessoas comuns não têm ideia de como resultados falsos são comuns em nosso dia a dia.
Por isso os exames são chamados “complementares”, pois eles servem apenas para confirmar o que o médico já tem quase certeza; quando são usados sem critério (como acontece hoje em dia) acabam “inventando” doenças que simplesmente não existem!
A culpa não é do exame, mas do médico que pediu, pois pressupõe-se que o médico só queria confirmar uma suspeita e não que o exame fizesse todo o trabalho! Agora imagine milhares de pessoas todos os dias usando milhares de remédios para doenças que foram simplesmente inventadas, fazendo mal ao seu organismo e causando outras doenças, numa bola de neve gigantesca, que movimenta a já chamada por mim, “máfia de branco”!
Essa é a realidade da medicina em nosso país, muda-la só depende de nós!
Essa é a realidade da medicina em nosso país, muda-la só depende de nós!
Dr. Renato Paula da Silva (médico especialista e membro titular do Colégio Brasileiro de Radiologia).